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Doação do espólio de Sophia de Mello Breyner Andresen à Biblioteca Nacional
quinta-feira, 27 de janeiro de 2011
Decorreu ontem a cerimónia de entrega do espólio de Sophia de Mello Breyner Andresen à Biblioteca Nacional.
[...] O espólio de Sophia traz, naturalmente, as marcas da vida, com todos os seus acidentes biográficos. São cadernos e folhas soltas com rascunhos e diferentes versões de vários tipos de textos, esboços de projectos, traduções; são cartas, agendas cheias de notas sobre afazeres do dia-a-dia (números de telefone, receitas de cozinha, contas domésticas), diários de viagem, desenhos, recortes de jornais com depoimentos e entrevistas, fotografias; são impressos que documentam gestos de solidariedade e envolvimento cívico e político. Mas, para além de tudo isto, o espólio traz a marca vincada daquela procura obstinada da palavra “exacta”, como ela própria dizia, que no poema encontrou a sua forma mais resistente e secreta, mais clara e eficaz [...].
Para os filhos de Sophia (1919-2004), o verdadeiro espólio da mãe são os livros que escreveu. “Num país onde todos reclamam tudo do Estado e ninguém se sente obrigado a dar alguma coisa em troca sabe bem dar alguma coisa ao Estado”, acrescentou Miguel Sousa Tavares. “O nosso privilégio foi termos recebido tudo o que recebemos da nossa mãe, o mínimo que nos competia é devolver tudo o que dela só foi nosso, por acaso ou sorte. [...]"
Para assinalar a ocasião foi inaugurada a exposição “Sophia de Mello Breyner Andresen - Uma Vida de Poeta”, patente de 26 à 30 de Abril, na Biblioteca Nacional.
Fonte: Público/BN - 27/01/2011
Decorreu ontem a cerimónia de entrega do espólio de Sophia de Mello Breyner Andresen à Biblioteca Nacional.
[...] O espólio de Sophia traz, naturalmente, as marcas da vida, com todos os seus acidentes biográficos. São cadernos e folhas soltas com rascunhos e diferentes versões de vários tipos de textos, esboços de projectos, traduções; são cartas, agendas cheias de notas sobre afazeres do dia-a-dia (números de telefone, receitas de cozinha, contas domésticas), diários de viagem, desenhos, recortes de jornais com depoimentos e entrevistas, fotografias; são impressos que documentam gestos de solidariedade e envolvimento cívico e político. Mas, para além de tudo isto, o espólio traz a marca vincada daquela procura obstinada da palavra “exacta”, como ela própria dizia, que no poema encontrou a sua forma mais resistente e secreta, mais clara e eficaz [...].
Para os filhos de Sophia (1919-2004), o verdadeiro espólio da mãe são os livros que escreveu. “Num país onde todos reclamam tudo do Estado e ninguém se sente obrigado a dar alguma coisa em troca sabe bem dar alguma coisa ao Estado”, acrescentou Miguel Sousa Tavares. “O nosso privilégio foi termos recebido tudo o que recebemos da nossa mãe, o mínimo que nos competia é devolver tudo o que dela só foi nosso, por acaso ou sorte. [...]"
Para assinalar a ocasião foi inaugurada a exposição “Sophia de Mello Breyner Andresen - Uma Vida de Poeta”, patente de 26 à 30 de Abril, na Biblioteca Nacional.
Fonte: Público/BN - 27/01/2011
[...] O espólio de Sophia traz, naturalmente, as marcas da vida, com todos os seus acidentes biográficos. São cadernos e folhas soltas com rascunhos e diferentes versões de vários tipos de textos, esboços de projectos, traduções; são cartas, agendas cheias de notas sobre afazeres do dia-a-dia (números de telefone, receitas de cozinha, contas domésticas), diários de viagem, desenhos, recortes de jornais com depoimentos e entrevistas, fotografias; são impressos que documentam gestos de solidariedade e envolvimento cívico e político. Mas, para além de tudo isto, o espólio traz a marca vincada daquela procura obstinada da palavra “exacta”, como ela própria dizia, que no poema encontrou a sua forma mais resistente e secreta, mais clara e eficaz [...].
Para os filhos de Sophia (1919-2004), o verdadeiro espólio da mãe são os livros que escreveu. “Num país onde todos reclamam tudo do Estado e ninguém se sente obrigado a dar alguma coisa em troca sabe bem dar alguma coisa ao Estado”, acrescentou Miguel Sousa Tavares. “O nosso privilégio foi termos recebido tudo o que recebemos da nossa mãe, o mínimo que nos competia é devolver tudo o que dela só foi nosso, por acaso ou sorte. [...]"
Para assinalar a ocasião foi inaugurada a exposição “Sophia de Mello Breyner Andresen - Uma Vida de Poeta”, patente de 26 à 30 de Abril, na Biblioteca Nacional.
Fonte: Público/BN - 27/01/2011